A
Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP) define Relações Públicas como
Mas
será que os profissionais da área de fato exercem essas funções? Conversamos
com duas relações públicas para descobrir um pouco mais sobre a profissão.
Por
que você decidiu seguir carreira em Relações Públicas?
Fernanda: Sempre fui uma pessoa muito
comunicativa e sempre quis atuar na área de humanas. E dentro dessa área, esse
foi o curso que mais me chamava a atenção pelo extenso campo de atuação.
Ana Paula: Sempre gostei de me comunicar e
de escrever. Mas escolhi RP porque eu achava, e ainda continuo achando, que é a
área mais completa de comunicação. Já que ela é global, você é obrigado a ver o
processo todo.
O que
faz um profissional de RP?
F: Um RP, muito diferente do que
alguns pensam, não é só fazer festas. Um RP pode atuar em diversas áreas da
comunicação como: comunicação interna de grandes empresas, marketing,
publicidade e propaganda, organização de eventos, entre outros.
A: O relações públicas primeiro
identifica um problema de uma empresa, depois ele define um objetivo e, a
partir disso, pensa em estratégias. Daí serão necessárias ferramentas:
conteúdo, propaganda, relacionamento e outros. Além disso, esse profissional
tem que ser criativo e saber resolver problemas que surgem durante a execução
do plano estratégico.
Qual é
o papel do RP dentro da comunicação de uma empresa?
F: O papel do RP em uma empresa é,
basicamente, garantir que as informações cheguem a todos os colaboradores de
todos os setores, manter a política organizacional, cuidar da reputação da
empresa, buscar parcerias comerciais e organizar os eventos corporativos.
A: Varia de acordo com a empresa,
mas o papel do RP é ser um facilitador da comunicação. Em uma empresa que tem
outros setores de comunicação, o RP tem que fazer com que essas áreas conversem
e gerem um produto bom. Mas, independente de onde ele trabalha, espera-se de
qualquer RP uma visão mais generalista e estratégica da comunicação.
Como é
o campo e o mercado de trabalho de RP no Brasil?
F: Apesar de ser um vasto campo de
atuação, atualmente, o mercado está bem complicado. Pois, infelizmente, algumas
empresas enxergam esta área como ‘supérflua’ e na crise, é um dos primeiros
setores a serem cortados, fazendo com que muitos bons profissionais não
consigam emprego, ou se conseguem, é para ganhar um salário bem baixo.
A: Não sei te responder como está o
mercado atualmente, mas o que eu percebo é que outros profissionais de
comunicação estão atuando no campo de relações públicas pela carência de vagas
nas áreas de origem. Os jornalistas, principalmente, estão migrando para essa
comunicação mais integrada.
Você
nota mudanças na área desde o início da sua carreira até atualmente?
F: Sim. Antes o mercado era mais
aberto. Agora, de dois anos para cá, com a crise no país, a dificuldade de
encontrar um emprego na área está bem grande.
A: O campo da comunicação mudou
muito. Hoje as pessoas se informam e se tornam formadoras de opinião e produtoras
de conteúdo. Assim, a tecnologia proporciona maior acesso à informação, as
pessoas mais bem informadas tornam-se mais críticas e isso altera o
relacionamento do consumidor com a empresa.
A
democratização da internet e a expansão das redes sociais modificou de alguma
forma o exercício da profissão?
F: Acredito que o avanço da internet
e as redes sociais favorecem o nosso trabalho, no sentido de termos algumas
facilidades para monitorar a satisfação de clientes perante algum serviço ou
produto e também para captar novos clientes.
A: Modificou muito. A empresa agora
precisa estar 24 horas disponível, já que é muito rápido e fácil a
interferência de conteúdo possibilitada pela redes sociais. Então, o
profissional de relações públicas não tem mais escolha em não se pronunciar,
porque se ele não falar, alguém vai falar por ele.